Poluição

“Poluição sem fronteira,
mata virgem é salvação
destrua sua lavoura!”
Grita em coro
um mundo tolo.
Nunca ouvi tanta besteira!
Ecologia de folha
que não chega a raiz
assim como você mesmo
desconhece seu nariz.
A plantação é o que mata,
sem piedade e a esmo,
posso até lhe dar razão,
mata a fome do infeliz
que vegeta na cidade
e nunca sabe o que diz.
Ou então,
pr’a falar mesmo verdade
botando cartas na mesa,
chega até me dar tristeza
o uso que estão fazendo
desta nossa natureza.
Não há queimada que possa
por maior que ela seja,
fazer frente ou paridade
a um só escapamento
de gases de chaminé,
vomitando noite e dia
fumo forte e rapé
não do mato, mas da morte.
E a sua montaria?
A cidade não dá sorte,
pr’a carrega-lo no lombo,
bem fedido peida chumbo,
arrotando a todo gás
gasolina e outros mais.
Que fauna controvertida
tudo faz e tudo erra
tem até tucano bicudo
com palpites absurdos
pr’o futuro desta terra.
Tem caixad’oclos estrangeiro,
habitante dos desertos,
que de mato nem viu cheiro
ou nunca passou por perto,
mas diz que respira o ar
que o curupira conserva.
Baboseira de novato
pr’a dizer tamanha asneira.
Esquece ele que o mar
não recicla como o mato,
e a nossa selva respira!
Ela e os seus gênios
bem na calada da noite
retomam o oxigênio
que o sol de dia soltou.
É o mar, por nossa sorte
quem respira pelo mundo,
o mato só faz sua parte,
a mesma da plantação.
E se olharmos bem no fundo,
a plantação faz melhor.
E o que faz sua cidade,
Além de degradação?
Além de morte e maldade?
Além da imaginação
de ecologista roqueiro,
cantando pr’o mundo inteiro
o pecado caipira:
Que a terra fofa revira
transformando nosso chão
na fonte de todo o pão.
Tirando dos gringos a boca
do mercado brasileiro,
da fome que nos sufoca,
a troco só de dinheiro.
E depois deste desplante,
deixe em paz a nossa gente!
Quem quizer mata que plante,
podemos inté dar semente.
Autor:
Paulo Fernando E-Mail: cse@belsol.com.br
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